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O solo constitui um patrimônio de inestimável valor para a sobrevivência humana, sendo um recurso deteriorável, se inadequadamente utilizado. Nesse sentido, a proteção e o cuidado com sua camada mais superficial deve se dar de maneira consciente, garantindo sua sustentabilidade, sob o risco de afetar a produtividade e, consequentemente, os lucros para o produtor.
Agronomicamente, o termo palhada refere-se a resíduos de vegetais que se encontram na superfície do solo e podem ser provenientes tanto de plantas não cultiváveis, como dos sistemas agrossilvipastoris.
A conservação da palha na superfície do solo constitui uma prática importante no sistema de plantio direto. Dentre os principais benefícios destacamos:
>> Evita a erosão, uma vez que reduz o impacto da chuva na superfície do solo, especialmente em terrenos com maior declividade e, em consequência, protege as fontes de água de assoreamento e contaminações, bem como, diminui os riscos de enchentes e enxurradas;
>> Aumenta o teor de matéria orgânica do solo, melhorando suas características físicas, químicas e biológicas;
>> Mantém a umidade - principalmente durante outono e inverno, caracterizadas por serem estações mais secas - dissipando a radiação solar que chega ao solo, reduzindo a evaporação da água e a amplitude térmica - condições essenciais para o bom desenvolvimento das culturas. Pode gerar uma redução de até 20% na necessidade de irrigação;
>> Promove a reciclagem de nutrientes, uma vez que através das espécies com sistema radicular mais profundo é possível reaproveitar os nutrientes já perdidos;
>> Promove a supressão de plantas daninhas, sendo considerada uma das principais estratégias, quando bem estruturada. A palhada limita a passagem de luz pela barreira que forma, criando dificuldades para a germinação das sementes, dificultando o crescimento inicial das plântulas;
>> Aumenta a biodiversidade, gerando maior equilíbrio ecológico das espécies e, em consequência, menor surgimento de pragas e doenças.
A escolha da cobertura deve considerar períodos de inverno rigoroso, isso porque a geada afeta praticamente todas as culturas, mas algumas espécies ou variedades, sofrem de forma diferente seus efeitos.
Em regiões do Centro-Oeste com boa média anual de chuvas, os agricultores têm investido no milheto por apresentar ótimos resultados. Sem falar no consórcio do milho com forrageiras tropicais (painço, sorgo e braquiária). Já em regiões do Centro-Oeste com menor índice pluviométrico anual, o sorgo aparece como melhor alternativa, principalmente para a segunda safra.
Nas regiões subtropicais do Sul, os agricultores têm cultivado a aveia como planta de cobertura de inverno. O mesmo vale para o centeio e o azevém, igualmente eficientes. No caso da aveia, se o local apresentar geadas, ela deixa de ser uma boa opção, pois não tolera frios extremos. Sendo assim, o centeio se apresenta como a melhor opção.
A escolha por essas gramíneas (aveia, azevém e centeio) é porque elas produzem palha que leva mais tempo para se decompor e, por isso, cobrem o solo por períodos mais longos. Deferentemente das leguminosas (feijão guandu e ervilhaca), utilizadas na adubação verde, que se decompõem mais rapidamente.
Para realizar o manejo da palhada, a A Jan desenvolveu a linha Tritton e a roçadeira Rotter. A roçadeira Rotter, é um implemento versátil e com larga aplicação no manejo de diversos tipos de cultura, já o Tritton é utilizado para a trituração e acamamento da palhada, produzindo uma cobertura homogênea, deixando o solo ideal para a instalação da próxima cultura.